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[ ponte de lima ]                          pontes: metáforas a que somos cada vez mais alheios. a margem só é margem se for uma alternativa. se depois de acolher se torna trincheira, é preciso voltar à(s) ponte(s). a indecisão, reaprender a olhar, escutar como até ali se não escutou, digerir antes de produzir. esperar como um fotógrafo, nunca como um franco-atirador. jogar a velocidade em cada segundo, guardar a luz, a palavra, na longa noite do Letes. só então esperar por Mnemósine, que podemos não reconhecer ou poderá nunca chegar. 
[ praia internacional - matosinhos ] o flâneur hipermoderno só muito raramente se detém perante as possibilidades da ruína. mais ou menos consciente da sua própria condição, prefere ou aceita o lúdico na sua face capitalista, o jogo sujo, a qualquer fresta ou queda que lhe peça para se deter. muito longe, portanto, daquela pétala negra no seio da multidão anónima. julga ser. mas é , dentro de um jogo cujas regras não domina. já perdeu antes de começar. é ele a hiper-ruína, displicentemente ignorando os avisos da própria sombra, kitsch .
[ armação de pêra ]                                                                            caminhar é uma poética.                                                                            envelhecer uma obra inacabada.
[ armação de pêra ]                                                                                                                                                                                                   os velhos pescadores são mestres do tempo.                                                                                     sabem que o homem está no fim da cadeia alimentar.
[ parque da cidade do porto ] fraca qualidade. talvez nem para registo. mas é uma das poucas imagens que tenho deste amigo. 2007 ou 2008. quando o parque ainda tinha cisnes. talvez antes de se tornarem uma atracção e serem incomodados a toda a hora. antes de voarem do lago para o atlântico, obrigando a dispendiosas operações de resgate devidamente noticiadas. chegou a cortar-se as asas aos cisnes para eles não fugirem desnorteados para o mar. um dia alguém decidiu que não se devia ter cisnes naquele parque, num parque daqueles. suponho que os tenham levado para algum lado, a este ou esta, mais o ou a parceira, e às crias. certamente morreram de velhice, num outro parque menos visitado e mais afastado do oceano. sim, certamente. encontrar esta imagem fez-me ponderar quantas boas intenções terão levado aos mais terríveis atentados. ter um animal para as visitas, fazer assim para os outros. usar, capitalizar. e de que serve um amigo. e o que será afinal um amigo quando tudo parece mais le